A era do Direito líquido

A era do Direito líquido

Desde de segunda guerra, a evolução tecnológica passou a ser um standard para a sociedade num todo, armas de guerra tornaram-se eletrodomésticos e a internet o marco principal para nossa revolução tecnológica e a expansão das informações.

Diante disso, nasce, a liquidez das coisas, teoria criada pela grande modernidade líquida é um termo cunhado pelo filósofo Zygmunt Bauman1 (1925-2017) para definir o mundo globalizado. A liquidez e sua volatilidade seriam características.

De forma propedêutica, faço uma analogia referente a liquidez das coisas, informações descartáveis, relações descartáveis, sociedade refém da tecnologia e do seu deus ex-machina tomando sempre a frente numa relação rasa, e não durável, isso chegou ao nosso intelecto humano, gerando a posteriori problemas de certa forma preocupantes, inclusive no Direito, onde irei discorrer de forma mais abrupta.

Não possuo toda a tecnicidade de Bauman, entretanto, consigo enxergar uma certa limitação em nossos profissionais do Direito, ou por trava mercadológica, ou por conhecimento técnico, e também pela sua soberba em ter anos de carreira e se acomodar, isso é um erro grave, pois vem as reclamações que o mundo é injusto, pois, se você não acompanha o mercado e suas inovações, você será “injustamente” convidado a entrar no rol taxativo do fracasso.

A sociedade possui potencial necessário, mas vivem arrumando desculpas e terceirizando sempre para alguém, alguma situação difícil, como exemplo falta de dinheiro, pois a falta de preparo de educação financeira ocasiona a falta de investimento, que depois vem se tornar a falta de dinheiro, o caráter da evolução do próprio conhecimento se tornou líquido, e para o Direito isso é péssimo.

Dai aparece os vendedores de cursos mágicos que você se tornará um profissional melhor, pois sua renda ultrapassará mais de 30 mil reais por mês, deste modo a liquidez do conhecimento sempre é dada de forma por terceiros, uma espécie de sponte propria em sempre querer tudo rápido e resumido, gerando lá na frente a sua própria ruína.

Uma coisa que aprendi com a minha “fã” sim tenho uma fã, ela me disse: “Tudo tem o seu tempo, tudo irá acontecer de forma natural, respeite o seu processo, parece ser estranho falar isso, mas é verdade”.

Assim como foi dito pela Brenda, pensei muito à respeito depois de analisar umas situações do cotidiano, e vi que a ansiedade e despreparo de forma majoritária é preocupante, pois o futuro é nebuloso, e a liquidez assim como elementos da própria química se tornará um dia gasoso, e espero que não veja isso, tão cedo.

 

Post scriptum

O Direito é uma única ciência, já pensaram nisso? Existe por que a segmentação das coisas? Algum interesse de nicho mercadológico? Interesses em sempre exigir “hiper-especializações” a cada acontecimento na sociedade, será? Pois o Direito é antropocêntrico e isso não é mutável, a não ser que…tornemos máquinas!

 

Referências

https://super.abril.com.br/cultura/zygmunt-bauman-pensamentos-profundos-num-mundo-liquido/ Acesso em: 01. Mai. 2022.

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Rafael Souza

Bacharel em Direito pela Faculdade Das Américas (FAM). Membro colaborador da Comissão dos Acadêmicos de Direito da 116a Subseção Jabaquara- Saúde da OAB/SP. Membro Assistente da Comissāo de Direito Constitucional e Filosofia e Argumentaçāo da 116a Subseção Jabaquara- Saúde da OAB/SP. Membro assistente do IGOAI (International Group of Artificial Intelligence) Colunista do Blog Justalks.

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